sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Do nada

Tem momentos que vem, do nada, as vezes uma frase, outras vezes nem tanto...
Apenas uma palavra, um verbo tímido que funciona como gatilho de uma represa
Que abre as comportas e despeja violenta e apressada toda poesia represada.
É assim com palavras amontoadas, sendo arremessadas linhas após linhas,
No início não dizem muito, mas vão tomando as margens, penetrando a alma, tocando o coração
De repente uma inundação de emoções que nem sabia que estavam ali,
Esperando um empurrão.
São momentos... De lucidez plena, de emoção viva, de desejo desperto...
De consciência, momentos de enxergar o que está além, o que não vem, o que passar...
Toco as teclas quase num movimento mecânico, tento acompanhar a volúpia de sensações que me tomam
E procuram desesperadas uma rima, uma harmonia, um balé de palavras
Que se abraçam, que se dão as mãos, que se encantam, se enamoram, que planejam animadas
Um trajeto, uma caminhada, uma viagem, um encontro
Ficarem abraças sozinhas, mas muito acompanhadas...
De mansinho vão saindo, em silêncio e plenitude.
Já deram seu recado, voltarão em algum momento quando chamadas...
Por um gesto, uma palavra, um sentimento...