domingo, 10 de dezembro de 2006

Sublimidade

Sublimidade

Amar...

Viver, enxergar

Realidade nem sempre material

Eterna busca dos seres racionais

Viagem interminável pêlos confins da consciência

Desprendimento adormecido, na ignorância egoísta

Da criação que se perde no instinto

Sublimidade!!!

Verdade celestial, derramando-se sobre os homens...

Delicadamente acordando a divina essência de cada um, latente

Sublimidade!!!

Justiça

De nobres que enxergam além dos olhos

Onde não se confundem justo e bom, nem justo e mal

Justo é justo

É o acertado caminho, encontrado através do bom senso e da integridade.
Despida de emoções

Sublimidade!!!

Aceitação, desta divindade íntima que precisa ser manifestada.
Sublimidade, virtude de toda obra de Deus

Coisas...

As coisas pequenas, frágeis e dóceis.

As cores quentes, os tons suaves.

O doce e o amargo.

O frio e o calor.

A solidão e o estar junto.

O inimigo e o amigo.

O maçante e o excitante.

O Sol e a Lua.

A vida, a morte.

As alegrias e tristezas.

As dores e satisfações.

Pessoas, seres estranhos caminhando sobre o mundo.

Mentes dormentes, corações confusos.

Mudos de alma, vazios de espírito.

Perdidos, frustrados...

Pessoas fingindo, sentir, pensar, fazer.

Ditando normas e regras que nunca seguiram.

Minando toda possibilidade de verdade.

Coisas andantes, solitários e mesquinhos.

Pessoas tentando serem humanas.

Desconhecem o significado desta denominação

Estranhos num ninho que não lhes pertence

Caminhando sobre o mundo, sem rumo, sem destino

Cegos e surdos vagando no universo

Na superfície das coisas

Feitos de mentira, fabricados, descartáveis

E o tempo virá dessas coisas serem limpas

E nada restará, nem sinais, nem lembranças

Apenas o pó e o nada.

Quem Sou????

Quem sou eu?
É o que mais me pergunto!
Porque não sou este corpo, mas ele é a representação de mim.
Sou o meu pensamento e minhas possibilidades?
Aquelas que este corpo me permite... Mas sou além dele, uma vontade maior que ele!
E quando tento falar destas coisas que sou parece-me indecifrável. Soa pretensioso como se eu fosse Deus. Busco a perfeição...
Para minha essência, este mundo de corpos é estranho.
Quem são estes corpos?
Serão apenas seres biológicos aperfeiçoados de matéria?
Sou um infinito arquivo de perguntas, insatisfeito com as respostas.
Sinto profundo respeito religioso deste que sou, não este corpo, o pensamento, este princípio.
Há no meu eu, consciência de essência, profundo estado de ser, sentir. Não existem palavras no eu, mas este corpo me empresta pra eu tentar me fazer entender. As palavras são ainda infantis, porque sou pura simbologia. Enxergo pôr estes olhos e posso dizer que são meus. Mas vejo além deles ainda que estejam fechados. E saio de mim e ainda vejo este corpo, eu sou e ele é, e somos às vezes parceiros e outras não.
Estou agindo sobre este corpo, mas às vezes ele age sem mim. E é assombrosa esta verdade de saber que ele não sou eu. Sou algo além dele, indefinido... Sei que a vida é mais...
Às vezes sou o nada nesta mente física e ela não percebe, mas eu estou. Sou este instante vazio maior que a razão, um eu universal, grandioso demais para esta pequena fração de existir.
Posso estar nesta mente e ser. E ela não perceber.
Impregnar este corpo de sensações, sem o raciocínio e ele não saber de onde ou porque. Então estou e sou e ele não sabe.
Assombro!!!
De estar aqui e estar sendo o que não quero ser, um ser vivo, um bicho. Humano.
Sou dos elementos, daqueles que o corpo sabe e de outros que ele não vê, não sente. Este corpo me permite aprender este instante de humanidade, mas não sabe de mim, além do que lhe permito saber.
Eu sei tudo dele, porque sou intenção e antes de ser, sendo. Eu existo nestas linhas, esta tinta que tinge o papel com o auxilio deste corpo que não sou, mas ele o é representação de mim.
Este corpo é uma idéia que tive de mim. É a materialização disto, mas não sou este corpo.
Sou essência, esta que pensa nesta mente concreta. Sou impulso que movimenta o instinto deste corpo, mas se eu o deixar, ele ainda pode ser um corpo, mas não serei eu.
Será loucura minha escrever estas coisas?
Mas elas estão aqui neste corpo e não é o corpo, sou eu!!!
E a vida?
E o tempo?
Viajar infinitamente de maneira ascendente pelo eterno. Tempo não existe para o eu. Para o corpo é necessário, é natural. Eu já era antes deste corpo e continuarei sendo depois dele.
Ele apenas me empresta suas pernas, para que eu ande e saiba o que é isto. Posso estar onde quiser sem ele, e ele sem mim.
Eu sou à vontade posso emprestar-lhe minhas sensações e minha plenitude de ser. Posso trocar com este corpo esta maravilha de ser eu. Compreender a função das regras, estas que tornam as pessoas viciadas na dor, no medo, nos gestos mal decorados. Esta sociedade é algo amargo, da qual não me sinto parte. Não acredito no convencional, no regulamentado, mas parece que os homens não sabem andar neste mundo sem estas coisas.
Sou este eu rebelde neste corpo passivo, que não aceita e se impõe, que se debate nesta mente condicionada ao meio e a estes limites humanos.
Posturas falsas, hipócritas se riem acreditando que são espertos demais para serem desmascarados.
Mas quem tem olhos vê...
A dor... que é da humanidade, não do eu que sou este pensamento. A dor é o caminho que a matéria escolheu para aprender as grandes lições, mas o eu consciente aprende com o amor, sentimento sublime que desconhece os limites humanos.
O amor é eternidade, serena brisa cósmica que nos embala e nos inspira. É como folhas novas na primavera, frutos maduros no outono, orvalho das manhas de inverno.
Por que as pessoas são assim?
Tão duras consigo mesmas?
Tão falsas com as outras?
Tão superficiais em suas preocupações profundas?
Tão meticulosas nos pormenores sem significado?
Até quando???
Estarei de olhos abertos para enxergar sem me fazer compreender. São corpos com seus eus adormecidos, anestesiados, inconscientes. Crentes que são apenas o que vêem e tocam.
Que são apenas uma vida sem sentido, no sentir pequeno dos cinco sentidos.
Despertem!!!!

Consciência

Dentro de mim existe uma consciência profunda e infinita da tua alma.
Um conhecer absoluto do mundo e da natureza do mesmo.
Mas tantas vezes o sentido se vê limitado na minha natureza humana.
Nestes momentos meu desespero é tão infinito quanto tudo que compreendo.
Pois que não consigo exprimir esse limite.
Minha alma grita descontrolada. E sei que ao redor tudo sente isso.
Saindo de mim, dos meus olhos fluindo de minha aura, contagiando com inquietude o todo que me cerca.
Fecho-me como a noite que avisa a hora de recolher.
Espero na voz do silêncio a melodia do despertar.
Nova aurora rompe a noite novamente minha alma vai gritar.
Sofrer a clausura imposta pôr esta natureza humana.
Até que à noite e o silêncio imutável cheguem tocando a trombeta final.
Neste dia minha alma não gritará, mas será nas asas do universo esta consciência liberta e luminosa a voar de volta para casa.

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Instantes

Você bebeu todo amor em mim
Até a última gota de emoção
Não restou nada
Nem dor, nem lágrima
Agora quando olho no espelho
Não há imagem
Apenas o vidro que reflete o vazio
De uma mente
De uma impressão, que desperta um instante de vida
Você bebeu todo o prazer do meu corpo
até o último beijo, o derradeiro abraço
Apenas o corpo vazio, deitado sobre a cama
Sem gesto, sem presença
morto em vida
Você bebeu toda luz do meu espírito
apagou as candeias dos meus olhos
nenhuma chama, pequena que seja
nenhuma fagulha, que me aqueça
Você bebeu todos os meus sonhos
aqueles que te contei, e os que tinha em segredo
levou-os de mim
quando partiu, não se despediu
sumiu.


domingo, 12 de novembro de 2006

O Caminho

O caminho se de flores ou de dores, quem poderá dizer?
Se de amores ou ilusões, quem poderá prever?
Quando na alma enraigado tão fundo
Um modelo de mundo que lindo mesmo só nas linhas que escrevo
O que busca o homem?
No caminho que escolhe, se não a prova do sonho que acolhe
De justiça segundo sua bondade
De trabalho segundo sua disposição
De conquistas de acordo com sua paixão
De abandono segundo sua dificuldade
O caminho se curto ou longo
Na trilha que começa, na ânsia de quem tem pressa
De chegar para contemplar um sonho
Encontrar talvez...
Uma paz concebida, ainda nos braços da mãe querida
Ou quem sabe a guerra dor de quem não espera
Caminho para andar e parar...
Para ficar ou partir
Para viver ou apenas deixar
Marcas do sonho, da luta, da morte.

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Encontro

Procuro seus olhos, desejo seus lábios

Sinto seu toque, me largo em seus braços

Olho sua face, percebo seu sorriso

Seu coração bate, minha alma pulsa

Ouço sua voz, entrego-me...

Dançamos de corpos colados

Uma única vontade, um só desejo

A linha do tempo se perde

Nos encontramos...

Sem passado, sem futuro

Apenas o presente

Estar presente, receber o presente

Nossos olhos, nossas almas, nossos corações

Um único ritmo, uma única direção, uma única emoção, uma única música

Um momento eterno

Terno, sincero

Uma marca profunda que inunda e toma conta

Uma lembrança antiga e viva

Nossos lábios se encontram, uma única respiração

Uma única vida, um único corpo

De luz, de amor, de vida

Nossas mãos entrecruzadas

Falam da saudade, da amizade, das histórias por contar

Como falar de sensações tão fortes

De impressões tão vivas

Lá fora nossas vidas são diferentes

Nossos desejos e sonhos são diferentes

Mas aqui, somos um

Isso é o que realmente importa.

sábado, 30 de setembro de 2006

Penso

Agora só me resta a poesia

Para matar a saudade

Relembrar as alegrias

Me agarrar as carícias

O beijo doce o abraço apertado

Só me restam as linhas

Companheiras silenciosas

Dos momentos de aflição

Das noites de angustia

Dos sonhos que se desfazem na imensidão

No horizonte dos meus pensamentos

No infinito dos meus sentimentos

Só a poesia e o meu coração

Na poesia encontrar o som da sua voz

Mergulhar no seu abraço

E sufocar o grito preso na garganta

De um adeus que não virá

Uma lágrima furtiva, desce destemida pela face

As palavras não ditas, tornam-se música

E o querer infantil

Adormece displicente no inconsciente gentil.

terça-feira, 12 de setembro de 2006

Saudades

Que saudade!!

Sussurros baixinhos ao pé do ouvido
Abraço, que como um laço me apertava
Saudade!!

Dos sonhos que não vivi
Do tempo que não passou e das mãos dadas, entrelaçadas...
Saudade da troca de olhares, que enfeitiçava...
De não temer o futuro

De nem enxergar o muro

Saudade...

Das viagens que fiz nos textos que li

Nas fotografias de paisagens e animais

Um mundo inteiro aqui, dentro de mim

Saudade!

De tudo e nada

Do pouco que era muito

De mim
Do jardim, onde as flores murcham e caem ao solo
Tão tristes pelo fim...
Quero tudo de volta, quero a vida pulsando dentro de mim.

sábado, 9 de setembro de 2006

Pássaro mágico

Passei o dia no jardim do meu coração, colhendo as flores ...
Fiz um maço enorme, tão colorido, tão perfumado...
Já fazia muitos anos que eu tinha guardado um laço de fita roxo e verde de cetim de seda
Roxo porque há anos está aqui transmutando todas as energias ruins, ostensivas, verde para conservar a verdade da minha essência
De cetim para refletir a luz e o brilho do sol e seda para conservar a suavidade dos primeiros anos da minha vida
Tão brilhante, tão vivo!!
Fiz esse arranjo pra vc
Nele estão flores do campo que significam a pureza e simplicidade dos meus anseios
Rosas de várias cores que simbolizam meu lado romântico e sonhador
Orquídeas de todos os tamanhos, lindas e selvagens como os meus desejos
Copos de leite, brancos e singelos, mas firmes como os meus propósitos
Amores perfeitos, tão delicados quase desenhados a mão
Como são os caminhos que me levam a vc
Caminhei hoje pelas alamedas floridas das lembranças que tenho de vc
Sentei no banco que fica sob a árvore da minha vida e encontrei um novo galho que vem crescendo...
Notei folhas muito novas e verdes e me senti muito feliz por perceber a vida se renovando
Ouvi a fonte que está ali no meio do meu jardim, aonde pássaros de todos os tipos vem beber água
Os amigos, os irmãos, os conhecidos, os inimigos, os filhos, os primos o pássaro mais especial o amor
Por esse tenho passado muitas horas ali, observando seu comportamento, tentando apreender seus hábitos e desvendar suas necessidades
Às vezes ele vem várias vezes no dia e bebe d’água rapidinho e logo voa pra longe
Outras vezes, essas mais raras ele toma d’água, banha-se e vai
Tem dias que não aparece e me entristeço de imaginar que ele pode não voltar...
Algumas vezes ele canta com aquele som que lhe é peculiar, hipnótico e sedutor
Muitas vezes chega e parte em silêncio
Meu jardim nunca mais foi mesmo, depois que ele o descobriu
Receba essas flores que eu te trouxe são uma pequena demonstração do afeto e da paixão com que tenho cuidado desse jardim
Não tema pela liberdade que lhe é tão cara
Aqui só o meu amor te espera lindo pássaro mágico

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Solidão

Quantas idas e vindas

Só você entende meu coração

Só você me recebe de braços abertos

Quando o mundo me rejeita

Quantas vezes te deixei por outro amor

Acreditando que aquele era diferente

Que preencheria meu vazio

Tornaria meu mundo feliz


Aqui estou eu de volta

Pra seu abraço cheio de ternura

Que embora sempre pronto a me acolher

Me causa tanta dor é quase uma tortura


Quantas vezes outros olhos me convenceram

A viver um sonho tão desejado

Mas no fim o que fica

É apenas a lembrança de caminhar ao seu lado

Aaaa solidão

A única amiga de quem acredita nos sonhos de amor

O fim de toda estrada quando a ternura se vai

Quando só resta a dor, a indiferença

Solidão...

Só vc sabe de mim

Só vc conhece o meu coração

Se não é pra vc que sempre volto

Quando todos os outros, feriram meu coração.

Anonimato

Sem rosto, sem voz
apenas uma presença
Sem nome, sem destino
apenas uma vontade
Sem corpo, sem vulto
apenas existência
Sem chegar, sem sair
apenas estar
Sem nascer, sem morrer
apenas ser
Sem medo, sem dúvida
apenas querer
Sem dor, sem perder
apenas viver...

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Verdade

A quem serve a verdade?

Para que serve a verdade?

De quem é a verdade?

Para onde nos leva a verdade?

Aonde chegamos com a verdade?

Quantas são as verdades?

Verdade, verdade, verdade...

Muitas vezes só a olhamos quando não queremos ver

A ouvimos quando não queremos acreditar

Sentimos quando temos certeza que ela nos suscitará a dúvida

Explicamos quando não entendemos

Entendemos quando não há o que explicar

Verdade.

Ela não sabe de vc

Ela não liga pra vc

Verdade

Ela se basta.

Sem nó

Hoje soltei a corda
Que o mantinha atado a mim
Por tanto tempo ela esteve ali
Nos prendeu a tantas voltas
Que já nem lembravamos que não existiam nós
Hoje quando soltei a corda
A dor foi quase insuportável
meus braços, meu corpo, minha mente
E meu coração...
Doiam tanto, que de tanta dor já não sabia mais
Se vivia ou morria.
Era tanto peso
Que derrepente de tão leve
Senti que me perdia de mim
Sem saber ao certo se prostrado ao chão
Ou flutuando nas nuvens
Ainda que eu conseguisse traduzir todos os sentimentos
A vc eles não diriam nada
Porque os seus sentimentos
São seus e vc é outra pessoa não eu.
Ainda sinto as cordas
Acho que levará um grande tempo
Até que essa impressão se dissolva
No momento onde tudo parecia tudo
Mas era nada.

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Melâncolia

De que me vale o certo ou o errado?
Se só quero estar ao seu lado
Quanta verdade na saudade?
E o que faz a falta de reciprocidade????
Onde me escorar?
Quando na sua ausência, perdida e sentida
Me encontro ferida...
E provar o que para quem????
Se na alma o amor ecoa
O silêncio destoa
O vazio fere.
Porque????
Os meus olhos encontraram os seus?
Mergulharam nos seus
Se perderam nos seus
Porque????
Caminhos que não deram em nada
Num beco sem saída
Da mente distorcida
Da lágrima furtiva
Do medo insistente
Do desejo insolente
Do adeus que chega
Do amor que parte
Do sorriso que mente
Da música que esconde
O segredo da alma
Revelada em notas
De teclas ou cordas
Do amor que ia ser
E que morreu antes de nascer.

domingo, 27 de agosto de 2006

Enigma

Branco na mente
Verde na alma
Dourado no corpo
Peregrino no mundo
Tantos portos
Tantas pontes
Tantas flores
A grande viagem
Mergulho no eu
Encontro marcado
Um momentum
Complemento
Missão
Almas entrelaçadas
Num espaço restrito
Um mundo inatingível
Apenas um sonho
Real...

E agora?

Sonhos ao vento
Sentimentos
Nas ondas do tempo
Te encontrei
Como deixar partir?
O amor
Que no passado senti
Agora tão vivo
Presente
Vc outra vez
Sonhos e pensamentos
Destino
Como deixar partir?
Segredos revelados
Num encontro furtivo
De olhos amigos
Como deixar partir?
O melhor de mim
Que a tanto não via
Que já me esquecia
Foi no teu olhar
Que me vi
Que me amei
Que renasci
Como deixar partir????

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Saudade

Que saudade!
Da tua boca macia e úmida na minha
Do teu abraço, teu corpo quente
Desejo ardente do amor crescente
Esquecer o mundo, viver profundo
Almas unidas nos corpos suados desprovidos de pecado
Que saudade!
Dos teus olhos nos meus
De rir com você, falar bobagens
Falar sério, fazer planos, ficar quieta no teu ombro
Que saudade!
De você
Saudade bandida, cruel
De lhe ter tão próximo e não ter nada
Que saudade!
Dos finais de tarde encantados
Das ligações enamoradas, das trocas disfarçadas
Momentos tão nossos
Que saudade!
Do pouco que era tudo
Momento único de amor
Saudade! Saudade!

Escolha

Escolhi você!
Pela sensação primeira
Por emoções que não soube definir
Pela intuição verdadeira
Num segundo de ligação
Escolhi o amor
Emoção verdadeira, continuada e ostensiva
Escolhi a vida, que me permite transformar
Escolhi ser feliz
Escolhi os teus olhos
Teu jeito
Escolhi estar sempre presente
Escolhi e não quero perder de vista.

O horizonte, a magia, você.

Alegria de te ver

Quando você chega de repente o meu coração pula desesperado de alegria
Sinto minha alma transbordar
Procuro tua boca e os teus olhos e no teu abraço me deixo sufocar
O calor do teu corpo me embriaga os sentidos
E me deixo tomar pôr ânsias de desejos contidos
Entrego-me nos teus beijos e nos sussurros sem sentidos
Meu corpo tem sede do teu
Minha boca e a tua... Que loucura!!!
Suas mãos deslizando suave pelas curvas do meu corpo
O toque leve me faz arrepiar e delirar de prazer
Meu corpo estremece ao te sentir respirar
Estou toda enroscada no seu jeito de me amar.
Quanta falta me faz tua boca?
Seu corpo do qual já me vejo viciar

Partida

Indecifrável travessia da vida para morte
Divina dama sempre pronta a nos sorrir e acenar
Tão pouco nos damos conta!
Apesar de bela queremos nos afastar
Buscamos motivos para não olha-la
Mas ela ai está sempre presente a nos esperar
Às vezes chega de repente, outras vezes manda avisar
Às vezes nos leva serenamente, outras vezes nos faz espernear
Para os que ficam ela é indiferente, porque ama sempre o seu pretendente e dele não desvia seu olhar
Para o eleito toda a sua atenção
Aos vivos apenas a certeza de que ela voltará
E quem sabe quem será o próximo amor de seu olhar?!

Morte

Inesperada visita
Domingo a tarde ou Segunda de manhã?!
Não diz a hora, chega sorridente
Convida pra sair; promete!
Um passeio inesquecível! – Sem volta
Às vezes chega sutil, outras arrebatando até com violência
Para o infinito
Amiga íntima de tantos momentos no decorrer da vida, sempre solicita ouvindo-nos as dores e as conquistas
Marcando visita algumas vezes
Chega!
Avisa
Bagagem todos os atos, todos os sonhos, esperanças, pensamentos, intenções, sentimentos, tudo o que foi, é ou pretendia ser
Destino todas as tuas obras edificadas.

Ilusão

Frágeis castelos de areia
Construídos na tua ilusão
De um amor utópico
Alimentado pela tua imaginação
Agora já cheio de desencanto
Quando o amor real, te desperta a alma
Feito de verdade, nem sempre a imagem dos teus sonhos de ficção
E então desprezas o sentimento qual mãe rejeita o filho que não de sua afeição
Duros os princípios de teus sonhos, fecham as portas para o teu despertar
Talvez tristonho, de verdades tocáveis
Passado, presente, tornando amargo o mel
Futuro presente tornando impossível o céu
Presente, angústia latente, dominante turvando as águas do dia-a-dia
Tempo senhor de muitos escravos
Controlador, impiedoso
Tento em vão com as palavras falar do amor que sinto, sei que a minha dificuldade nos atrapalha, mas também sinto que a tua facilidade de lidar com elas nos atrapalha
Você com tua visão e percepção apuradas se impacienta com minha limitação e quando poderia me auxiliar me quebranta o espírito, destila e incrusta na minha alma a força das tuas sugestões
Não sofre pôr mim ou comigo, sofre pôr você
Pelo que você acredita pelo que você quer
Se alguma vez você percebeu o meu amor nos meus gestos ou em tudo quanto eu já transformei e melhorei em mim, você não deu a isto a mesma importância que dá aos momentos em que não os supero
Faz sempre questão de tornar seu ideal mais inacessível, mais sublime, mais e mais...
Fala da matéria do aqui do agora e ao mesmo tempo coloca teu ideal de amor noutra dimensão, noutro espaço
No vácuo

Agora

Sufoca coração!
Essa tola impressão de dor
Sufoca as lágrimas
Antes que elas ultrapassem seus limites
E desçam leves e cristalinas
Pela face imparcial do teu desespero
Sufoca teu gemido!
Alma viva
Ou será traída pôr suas emoções
Sufoca essa dor!
E essa falta
Desse estado de coisas
Que talvez nunca cheguem
Sufoca o fantasma!
Teu ego
Sufoca essa criança tola!
Que procura...
Sufoca a alegria contida!
Do momento único
Não vivido...
Não sentido...
Sufoca a decepção!
Que te surpreende, sempre
Sufoca os dias, iguais
Sufoca a conversa
Que nunca aconteceu
Que não existirá
Sufoca a vida
Proíbe a cor de existir
A luz, o amor
Sufoca teu rosto
E essa expressão singela
Pois teu sonho, não existe
E já não vives, como pensas

Mente Aberta e Coração Puro

Mente aberta

Coração puro

Mente aberta para aprender sempre, conhecer sempre, saber sempre

Coração puro para sentir sempre, experimentar sempre, viver sempre

Mente aberta, descoberta

Coração puro, iluminação

Mente aberta, verdade

Coração puro, transformação

Mente aberta, sentidos alertas

Coração puro, recomeçar sempre

Mente aberta, crescimento

Coração puro, amadurecimento

Mente aberta, eternidade

Coração puro, gratidão

De tudo o que realmente importa nesta vida

É manter a mente aberta e o coração puro.

Coisas

Coisas sem motivo, coisas apenas
Coisas pequenas, coisas grandes
Coisas de pegar, de não se poder alcançar
Coisas tuas, coisas minhas
Coisas!...
Coisas sem sentido, coisas simplesmente
Coisas combinadas, coisas improvisadas
Coisas verdadeiras, coisas falsas
Coisas perdidas, coisas achadas
Coisas sem explicação
Coisas gerando fatos, modificando as situações
Coisas solitárias, coisas saturadas
Coisas apenas
Coisas então...

Passado

Passado que trago comigo, embutido, latente
Passado distante mas ainda vivo
Lembranças um tanto amareladas, mas nunca esquecidas...
Talvez adormecidas, mas jamais perdidas
Passado que me ensina a viver presente
Crer no futuro, viver simplesmente
Passado certeza do hoje
Esperança no amanhã
Passado força que move e às vezes remove conceitos, convicções
Passado faz presentes modificações
Ter certeza, revelações
Passado que me teve passageiro, aluno de suas lições
Passado vivo trazendo recordações
Pessoas amigas, amores de outras encarnações
Passado, presente, futuro de minhas ações
Fazendo-me seguidor adepto amador
Das tuas verdades
Passado meu credor fazendo-me seu fiel devedor
Mantendo-se além das fronteiras da vida e da morte
Fazendo-me ganhar para depois perder
Ensinando-me com a dor a amar e sofrer
Passado distante, tão próximo, vivo, sutil...

Ser

Ser...
Simplesmente sem explicação
Conclusão abstrata, percepção no ar...
Entendimento contido na razão
Compreensão além dos limites
Ser, eterno, desprendimento
Consciência, desdobrar da mente concreta
No infinito real do imaginário
Desbravar paisagens criadas...
Na vontade do ser celestial
Ser, essência akashica imutável, perfeita
Estrada, corpo mudando de rosto
Ser, sem tempo, sem espaço
Ser...
O todo, o nada...
Nem princípio, nem fim
Ser contemplação...
Perfeição
Ser...

Dragão

Se eu for buscar no passado...

Terei vivido em vão

Se sentir este medo estranho...

De algo que não entendo

É buscar solidão

Que a tanto tenho desprezo

Por que agora confunde meu coração?

Com dúvidas que pensei ter enterrado

Será que a pacata vida de agora, acabou por despertar o dragão?

Dragão sim!

Que sempre viveu em mim

Por todos estes anos tenho te mantido cativo

Mas agora que ganhar os céus

Sente falta do vento que sempre acalentou os teus desejos

Já não súplicas o teu direito

Apenas vence o teu opressor

Liberdade é tudo que almejas

Dessa vida efêmera

Que o tempo não mudou

Os anos passaram rápido...

Mas o que foi que acrescentou?

Convenci o dragão da vida melhor no cativeiro

E ele agora me revela

Que a liberdade é que é o seu grande amor.

Chuva

Chove muito lá fora
Chove aqui dentro!
Meu peito chora, mas é de contentamento
Chove muita água do lado de fora
Muitas emoções aqui dentro
A água lava o mundo
As emoções o meu amor
A chuva leva as impurezas do ar, da natureza
Os sentimentos explodem no meu ser
Invadindo todos os recantos, jogando luz nos cantos escuros
Chove muito lá fora!
Mas a tempestade maior é aqui
Saiu destroçando tudo
Lavando antigos conceitos, árvores frondosas de motivos considerados perfeitos
Chove chuva lá fora!
Chove você em mim
Aurora rompendo a noite
Depois da Lua e da chuva
Água
Chove magia, alegria de te amar
Cada dia mais...

É Você

Essência...
Nos teus olhos destilam
Amor...
Verdade sinto tranqüila
No teu toque...
Romance no passado esquecido
Presente agora revivido
Você, que sempre sem rosto andou nos meus sonhos
Você sempre dono, dos segredos de m’alma
Soldado antigo deste templo tão conhecido
Amante, amigo, do meu medo esquecido
Fogo ardente em chamas incandescentes no peito afoito
Água bendita das febres do meu corpo frágil
Ar que desde a eternidade respiro
Eu, dividido de mim
Voltando, somando
Sendo um amor apaixonado

Amor

Amor é o ato de pensar, sentir e agir com pureza e verdade aquilo que temos de melhor e acreditar que este melhor pode transformar qualquer realidade a partir de nós.

Sublime arte de amar e quanto mais cultos nos tornamos muito mais teorias, conceitos e fórmulas inventamos para bem melhor definir o amor.
Entretanto, deixamos nossas teses sobre o sentimento nos possuir a razão, de como ele ”amor” deveria ser, de como deveríamos externá-lo, de como o outro deve externá-lo sem nos dar conta de que assim perdemos verdadeiras oportunidades de vivermos apenas, o amor.
Confundimos nossas verdades, nos magoamos pôr nos sentirmos invadidos, mal compreendidos quando nem mesmo sabemos na pratica se nossa teoria é o melhor do amor.
A arte de amar consiste exatamente nisso em conseguir conciliar sonho e materialidade. Descarto a palavra realidade porque esta é aquilo que queremos ter, ser, ver ou sentir molda-se a nosso contento de acordo com nossas possibilidades.
Entregues a dor chamamos isso de amor, magoamos e somos magoados às vezes esquecendo, outras somatizando vamos deixando pra lá e acreditando que assim tem que ser pôr amor.
Em nossa fantasia o amor é lindo, compreensivo, cheio de virtude e luz.
Mas praticamos exatamente o inverso vivendo o amor de raiva, ciúme, egoísmo, intolerância e apego.
Vivemos culpando o mundo e os outros pôr nossos fracassos íntimos atribuindo falhas nas diversas situações, nos agarrando a modelos imaginários, nos decepcionando com nosso ideal de amor.
Pôr que???
Porque nos sonhos esse ser perfeito (amor) não nos magoa, não nos surpreende negativamente, não comete erros, não traí nossa confiança, nos estimula e incentiva.
Erramos de modo sutil condenando nosso amor à desilusão e morte.
Acreditamos encontrar esse ideal imaginado personificado no outro, então nos sentimos completos e felizes.
Chegam às discussões, atritos naturais baseados em diferenças primordiais de cultura, educação e expectativas, reações opostas para uma única situação e ai, nosso ideal de amor desperta e desvanece.
O amor é um estado de espírito que está em nós e nos outros e pode ser muito próximo do ideal quando duas pessoas cheias de amor se encontram e se entregam, apenas permitindo que o sentimento guie todo o resto de suas vidas.
O amor acontece quando estamos prontos e permitimos. Ele preenche nossas vidas dando sentido a tudo, fazendo valer a pena até mesmo os “sacrifícios”.

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Caminhos Estranhos

Há anos caminhamos juntos, andando como estranhos
Às vezes nos olhamos, às vezes seguramos as mãos um do outro
Tantas vezes andamos juntos e tão separados
Percorremos os caminhos da paixão a raiva
Do amor à indiferença
Da tristeza a magoa
Do vazio

Caminhos do coração
Caminhos da mente
Caminhos somente

Fomos da plenitude ao cansaço
Dos sorrisos aos lamentos
Corremos tantas vezes atrás de não sabemos o que
Eu queria um sonho, você queria uma ponte
Quantos? Adeus ensaiados e nunca ditos
Quantas palavras amargas? Ditas sem sentido ou sentimento

Caminhos do coração
Caminhos da mente
Caminhos somente

E agora?????
Chegamos a uma encruzilhada
Eu quero caminhar por uma trilha e você quer continuar na estrada
Quero o gosto da liberdade e você da comodidade
Quero o desconhecido e você a estabilidade
Quero meu coração aos saltos e você não quer mais que o seu se sobressalte

Caminhos interessantes esses das nossas vidas
Insisti tanto, agora quero te deixar ir
Você quis tanto ir agora decidiu ficar

Caminhos do coração
Caminhos da mente
Caminhos somente

Revelação

Minha espada será o verbo
Meu escudo a intuição
Minha mente o meu guia
O juiz meu coração.
Bradarei aos quatro cantos deste mundo!
Direi, escreverei, declamarei...
Cobrirei a Terra com minha luz
E derramarei sobre os homens verdades inquestionáveis
Cavalgarei sobre a matéria e a dominarei por completo.
Ascenderei ao eterno num mergulho profundo dentro de mim.
E renascerei infinitamente para continuar a grande obra.

??????

Infinita distância que quando tenho a sensação de te alcançar, te arrebata ao eterno começar.
O que será?
Essa força que parece maligna a nos corromper a alma e enfurecer o coração.
O que será?
Esse fel nas palavras, as atitudes bruscas, a solidão partilhada.
O que será?
Tudo é tão confuso e nos afasta, nos cega, nos engana.
O que será?
O peito esta amargurado e oprimido neste ato louco.
O que será?
Pensamentos perdidos, dor sufocam meu ser, me perco nos sonhos que construí como labirintos.
O que será?
Sentimento... Só o sentimento!
O que será?
Vazio e silencioso no barulho extenso e agudo, disperso
O que será?
Onde andará você Paz?
Espero de ti não ter me perdido, espero encontrá-la
Dizer da angustia...
Do medo...
Tempo ilusão
Daqueles que se perderam da essência
Tormenta...
Situação
Eu
Verdade

Sou

Sou poeta deste amor
Seresteiro, cantador
Peregrino do teu coração.
Sou a brisa, a maresia, ventania, entardecer de primavera
Sol poente, vermelho quente no horizonte
Sou a vida, a alegria
Sou a morte a separação
Sou branco e preto
Razão e emoção
Sou aquilo que não se explica
Sou sentido, sou porque
Sou teu inimigo mais amigo
Tua verdade mais profunda
Tua face mais oculta
Sou o medo corajoso
Sua justiça íntima
Tua busca, tua evolução
Sou pai, mãe e filho
Sou um estalar de dedos
Teus maiores segredos
Tua ingenuidade madura
Sou você.

Eu

Quero saber
O saber dos grandes
Quero saber
Saber só
Quero ser apenas
E livre, poder ser
O que fazer quando se conhece!?
Outros mundos e se escolheu viver assim
Entre o bem e o mal
Entre o belo e o feio
Entre o ser e o não ser
Possibilidades!
No universo?
Quero sair e viajar pelas estrelas e voltar para casa
Mas todas as casas são minhas
Não preciso ficar nem aqui, nem lá, pois tudo está dentro de mim
A minha casa sou eu e eu sou tudo.

Sentir

Sinto...
Um não sei definir
De um mágico sentir
Infinito, eterno
Belo, singelo
Um emaranhado descobrir
Engraçado!
Tudo o que eu já sabia de um jeito que não posso explicar
Nada de fantasia
De verdadeiro, sem sonhar
Agora tão aqui, que temo não sei ao certo, se perder ou ganhar
Sinto...
Apenas
E não quero parar
Quero viver e sentir.

Gratidão

Gratidão
Liberdade de ser
Sentir!
Deus.
Minha alma voa...
Plana sobre o infinito
Sacode as asas na eternidade
Explode no espaço
Estrelas cadentes, transformam-se
Melodia celestial
Voz do mundo
Ilumina a Terra
Manhã de Sol
No crepúsculo, no horizonte casado ao mar
Despertar...
Minha alma vê
Entrega-se...
Purifica!
Deixa-se tomar...
Ama
Agradece

terça-feira, 22 de agosto de 2006

Flor em botão

Como posso desistir do seu amor?

Que como um sol, um botão fez brotar

E só o seu calor e sua luz, vão me fazer desabrochar.

Me abrir pra vida

Colorir e perfumar

Os caminhos dos meus sonhos

Primavera vou estar.

Ser flor rara

No jardim das alegrias

Para amparar suas triztezas.

Como posso desistir de me tornar uma flor?

Agora que estou botão no jardim do amor

E só necessito do seu calor

Quero me abrir

Quero perfurmar

Quero colorir

Pelo tempo que a natureza me deixar

Sou botão no seu jardim

Cuida de mim

Deixa eu ser a flor

Que vai te mostrar

A cor do amor

O perfume da vida

A textura da ternura...

Sou botão agora

Mas já é tempo de desabrochar

Ilumina agora

Minhas raizes pra eu crescer

E encarar

O ar que me toma

E com força quer me arrancar

Deixa eu ser sua flor

Agora que sua luz

Num botão me transformou.

domingo, 20 de agosto de 2006

Anjo

Como deter a força das ondas que quebram na praia dos meus desejos?
Como não me submeter aos sonhos que como fogo no céu, incendeiam meu mundo interior?
Como me libertar da imensidão que me envolve só com tua lembrança?
Como resistir aos apelos do meu coração que como em transe caminham em sua direção ?

O eterno é aqui
O paraíso é aqui
O agora é tudo
E tudo é você

Como posso deixar passar um mundo inteiro, que vem ao meu encontro agora?
Como apelar a razão para que me tire o chão?
Como não seguir meu coração, tão cheio de mim e ti?
Como não me entregar a esse mar de sensações?

A vida é aqui
O sonho é aqui
O amor é aqui
E tudo é você

Como não ser feliz se o amor me sorri em seu rosto?
Como não querer ousar no seu sorriso maroto?
Como esquecer?
Como????

Agora que caminhei sobre a ponte e atravessei todos os meus medos
Não há caminho de volta, só o horizonte...
Se tua mão estava lá para me guiar na travessia...
Agora já não a encontro do outro lado da margem

Mas sinto sua presença
Sinto sua energia
E quero seguir, me erguer, ser.

Anjo amado
Vou te seguir, além das fronteiras de vivos e mortos!
Vou ter amar com um amor que vc nem é capaz de imaginar
Anjo amado, será que a poesia consegue te fazer saber?
O que acontece aqui dentro de mim?????

Toca minha alma anjo
Num sussurro na madrugada
Não há distância que nos separe
Apenas o amor que nos une.

Por você



Vou rasgar o céu das ilusões

Mover montanhas de preconceitos

Plantar simplicidade no dia-a-dia.


Por vc!

Vou me reinventar a todo instante

Me descobrir nos esconderijos da minha mente

Agir no impulso do meu coração.


Por vc!

Vou acordar o mundo

Redesenhar o absurdo

Tocar a música do infinito.


Por vc!

Construirei pontes sobre os medos

Estradas em meio às selvas dos desejos

Estarei presente no silêncio e na ausência.


Por vc!

Serei saudade e constância

Amor verdadeiro e entrega

Resignação e sublimação.


Por vc!

Encontrarei o pote de ouro no fim do arco-íris

Contemplarei Atlântida submergida

E mergulharei em Shambala no centro da vida.


Por vc!

Meu coração vai iluminar mais que o Sol

Inebriar mais que a Lua

Hipnotizar mais que o mar.


Por vc!

Vou renascer

Vou viver e vou sofrer

Porque já não posso mais fugir...

Nem de vc, nem de mim.
Milene Gonçalves

Mistérios

Como dragões se fitam

E feito serpentes se enroscam

No abraço o fogo

No beijo o veneno

Como magos se enfrentam

Como anjos se respeitam

Na noite se escodem

No dia contagiam

Como feras se espreitam

Como flores se abrem

Como Sol aquecem

Como Lua envolvem

Como humanos se disfarçam

Como animais se amam

Como deuses criam...

O Bosque

Um bosque, folhas ao chão
Um canteiro, uma rosa
Um beijo, um segredo
Um banco, um homem, um livro na mão.

Metade história contada
A outra páginas em branco
Uma visão, silêncio, expectativa
Pessoas que passaram, ficaram e que virão
A sua vida no banco, no bosque, no livro.

Amores ou paixões juntos e separados
No bosque, no banco, no livro
Alguns nomes, algumas faces, algumas vozes
Lugares onde passei, onde não fui, onde fiquei
Marcas na alma, no coração e na mente
No banco, no bosque, no livro.

Ainda sinto a juventude, mas vejo no espelho o tempo que chega
O vigor me acompanha, mas o cansaço me convida...
No livro, no banco, no bosque
Verdades fui deixando pelo bosque
Mentiras escrevi algumas no livro

Saudades sinto agora no banco
Sinto frio, me gela a alma
Mas o sol aquece o bosque
No banco sentado, só eu.

Sinto calor vejo a neve, que cobre o bosque
Meu coração me aquece
Te procuro no banco, no livro, no bosque.

Milene Gonçalves.

Caminhos

Que forças são essas que nos movem?

Quem determina a direção?

Quem determina quem e quando encontrar pelo caminho?

Que forças são essas, que fazem com que atraíamos uns e afastemos outros?

Quem determina quem vai e quem fica?

Onde, quando e porque combinamos esse reencontro?

Seremos credores ou devedores?

Ou será uma graça?!

Moveremos as montanhas ou seremos engolidos por elas?

Qual é a nossa contribuição para a grande obra???

Vamos transformar o mundo com esse amor?

Nossas realidades?

Vamos fazê-las melhor?

E a quantos, vamos estender essa benção?

Porque vc tocou minha alma antes de me olhar?

Porque eu estava ali, naquele dia para te encontrar?

Porque depois de tantas voltas eu cruzei o seu olhar?

E sua mão no meu ombro para me fazer lembrar...

Um encontro marcado um dia no passado...

Minha águia

Meu deus, meu mago

Quantos rituais?

Quantas legiões?

Quanta história?

Quantas vidas????

Eu sou!

A luz que te toca em sonhos

O som que te fala no vento

O sentimento que soa o alarme dentro de vc

Eu sou!

Aquela sensação de calor no seu coração

Aquele desejo de aconchego depois de um dia exaustivo de trabalho

A lembrança do sorriso

Eu sou!

O abraço amigo

O desejo vivo

Eu sou!

Destino

Caminhos que se cruzam no caminho do mar

Vidas separadas por um oceano

Distâncias que se estreitam nas linhas que nascem de um teclado

Momentos planejados descritos em verbo e prosa

Descobertas singelas de mundos e desejos

Na troca de olhares

No toque das mãos

Nos lábios que se encontram

Sonhos que se tornam realidade

Mas qual é a realidade????

Descobrir o significado do amor em seu sorriso maroto

Ou o êxtase nos braços desse estranho tão intimo???

Momentos tão mágicos na entrega plena

No destemor de enfrentar o desconhecido

Perceber-se no espelho, no cristalino dos olhos do estranho...

Caminhos que se separam...

Sem hora, nem dia pra se cruzarem outra vez.

Apenas as lembranças de caricias ternas

Ou o sonho da menina ingênua que vive aqui.