domingo, 30 de novembro de 2008

Ser

Sou um ser concretamente abstrato
Intenção na forma de aparecer
Sem estar, mas presente existir
Um ser simplesmente
Totalmente interagir
Silencioso no som de permitir
Que penetra suave e pesa
Um ser de toda cor
Da sua cor preferida
De cheiros combinados, picantes, adocicados
Um ser totalmente
De mente consciente
Um ser de antes e depois
De ficar ou partir
Apenas um ser completo descobrir
Feliz de forma flexível
Um ser de experimentar
Gostar, ousar
Um ser sublime, eterno voltar
Nas ondas do universo
Ser sempre tudo
E pequeno eu a ocupar
Esse corpo de agora, essa roupa do momento
Ser mais que o presente
Ser completamente
Ser.

Pétalas perfumadas

Desabrochar...
Pétalas perfumadas
Ao vento
Carregadas
Flutuam em sua direção
Cores, multi cores
Aveludadas
Pétalas soltas no tempo
Pedaços de vida, de sonhos, de emoções
Perfumes...
No tempo, no vento, no sonho
Pétalas
No chão, nas mãos, no vento
Perfumes
Da infância, do amor, da descoberta
Pétalas voando, buscando
Pétalas perfumadas
No seu rosto, carícia, saudade
Pétalas de desejos, de vermelho vivo
Suave e leve
Volátil, livre.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Prova

Que prova de amor maior posso te dar além da liberdade
Liberdade de ser e estar onde vc quiser
Inteiro e verdadeiro
De ser feliz apenas por ser
De saber que meu amor te enaltece e te alimenta
Que não há distância entre nós ou para nós
Que as dificuldades são convites
E o prazer é o melhor de todos
Que prova de amor maior posso te dar além de ser livre
De me amar, de querer me doar
Esse amor sem fronteiras, sem medos, sem limites
Que prova maior, além da felicidade que transborda e contagia
Que causa risos e alegrias
Que silencia
Que prova maior além da paz
De querer ficar
De cuidar do jardim
Que prova maior além de mim
Além de tudo
Além do amor absurdo
Que nos mantém juntos.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Garoa

Cidade nublada, molhada
Garoa, brisa fresca
Pessoas encolhidas, escondidas
Farol, passeio
Céu cinza, bruma oculta o horizonte
Pensamento perdido
Na névoa, na brisa, na garoa
Do tempo que passa
Rápido, silêncioso
Vida acontece na cidade
Na garoa, no farol
Ando pela calçada
Por dentro do meu coração
Parada, chegada
Cidade.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Declaração de amor

Você tem um que de paraíso, de céu, de convite de festa
Em seus braços me entrego ao eterno, ao prazer e a descoberta
Seus olhos são sempre candeias, a iluminar a escuridão de minha alma
Seu toque o passaporte para o mundo ideal
Seus labios doces, colados nos meus é como sorver um bom vinho numa noite fria
O calor do seu corpo, sua respiração e a minha
O abraço apertado, suado, de quem quer mais
De quem quer tudo
De você quero tudo
Pra você vou dar tudo
Meu amor, meu carinho, minha ternura
Meu prazer, minha zanga, minha dor
A saudade e a vontade de ficar
O desejo de tornar isso mais rico, mais próspero
Meu lindo!!!
Você me inspira, me atordoa
Me incendeia, me acorda
Você é a porta por onde entro para encontrar a vida
O sonho e a perfeição
Meu lindo!!!!
Você é a razão e a emoção
a sensação e a certeza
Parte de mim
Me completa, me realiza
Eu te amo com toda força do meu coração, com toda luz da minha alma, com todo desejo do meu corpo.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A vida como ela é

A vida pesa no corpo e na alma
O trabalho pesa na mente e na vida
As obrigações pesam no dia-a-dia
A hora, as coisas, as pessoas
O dinheiro some, escoa nos ralos do mundo
A fome cresce no âmago do ser
O homem descobre que a vida continua
Sem comida, sem dinheiro...
O credor na porta
O tempo cobra
O mundo cobra a vida que evapora nos escapamentos dos automóveis
O ar cobra o oxigênio que, as florestas desmatadas já não purificam mais
O caos para o trânsito
E por mais que gritem os ambientalistas, ecologistas e simpatizantes da causa
O planeta adoeçe, sucumbe
Atlântida submersa para as profundezas do mar, levou seus segredos
Mas embora sem seus poderes divinos
O homem no uso de sua inteligência apressa o fim
Com luxo é verdade, com conforto
Mas... caminhamos todos para o abismo
Quem vai nos salvar de nós mesmos?