sábado, 30 de setembro de 2006

Penso

Agora só me resta a poesia

Para matar a saudade

Relembrar as alegrias

Me agarrar as carícias

O beijo doce o abraço apertado

Só me restam as linhas

Companheiras silenciosas

Dos momentos de aflição

Das noites de angustia

Dos sonhos que se desfazem na imensidão

No horizonte dos meus pensamentos

No infinito dos meus sentimentos

Só a poesia e o meu coração

Na poesia encontrar o som da sua voz

Mergulhar no seu abraço

E sufocar o grito preso na garganta

De um adeus que não virá

Uma lágrima furtiva, desce destemida pela face

As palavras não ditas, tornam-se música

E o querer infantil

Adormece displicente no inconsciente gentil.

terça-feira, 12 de setembro de 2006

Saudades

Que saudade!!

Sussurros baixinhos ao pé do ouvido
Abraço, que como um laço me apertava
Saudade!!

Dos sonhos que não vivi
Do tempo que não passou e das mãos dadas, entrelaçadas...
Saudade da troca de olhares, que enfeitiçava...
De não temer o futuro

De nem enxergar o muro

Saudade...

Das viagens que fiz nos textos que li

Nas fotografias de paisagens e animais

Um mundo inteiro aqui, dentro de mim

Saudade!

De tudo e nada

Do pouco que era muito

De mim
Do jardim, onde as flores murcham e caem ao solo
Tão tristes pelo fim...
Quero tudo de volta, quero a vida pulsando dentro de mim.

sábado, 9 de setembro de 2006

Pássaro mágico

Passei o dia no jardim do meu coração, colhendo as flores ...
Fiz um maço enorme, tão colorido, tão perfumado...
Já fazia muitos anos que eu tinha guardado um laço de fita roxo e verde de cetim de seda
Roxo porque há anos está aqui transmutando todas as energias ruins, ostensivas, verde para conservar a verdade da minha essência
De cetim para refletir a luz e o brilho do sol e seda para conservar a suavidade dos primeiros anos da minha vida
Tão brilhante, tão vivo!!
Fiz esse arranjo pra vc
Nele estão flores do campo que significam a pureza e simplicidade dos meus anseios
Rosas de várias cores que simbolizam meu lado romântico e sonhador
Orquídeas de todos os tamanhos, lindas e selvagens como os meus desejos
Copos de leite, brancos e singelos, mas firmes como os meus propósitos
Amores perfeitos, tão delicados quase desenhados a mão
Como são os caminhos que me levam a vc
Caminhei hoje pelas alamedas floridas das lembranças que tenho de vc
Sentei no banco que fica sob a árvore da minha vida e encontrei um novo galho que vem crescendo...
Notei folhas muito novas e verdes e me senti muito feliz por perceber a vida se renovando
Ouvi a fonte que está ali no meio do meu jardim, aonde pássaros de todos os tipos vem beber água
Os amigos, os irmãos, os conhecidos, os inimigos, os filhos, os primos o pássaro mais especial o amor
Por esse tenho passado muitas horas ali, observando seu comportamento, tentando apreender seus hábitos e desvendar suas necessidades
Às vezes ele vem várias vezes no dia e bebe d’água rapidinho e logo voa pra longe
Outras vezes, essas mais raras ele toma d’água, banha-se e vai
Tem dias que não aparece e me entristeço de imaginar que ele pode não voltar...
Algumas vezes ele canta com aquele som que lhe é peculiar, hipnótico e sedutor
Muitas vezes chega e parte em silêncio
Meu jardim nunca mais foi mesmo, depois que ele o descobriu
Receba essas flores que eu te trouxe são uma pequena demonstração do afeto e da paixão com que tenho cuidado desse jardim
Não tema pela liberdade que lhe é tão cara
Aqui só o meu amor te espera lindo pássaro mágico

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Solidão

Quantas idas e vindas

Só você entende meu coração

Só você me recebe de braços abertos

Quando o mundo me rejeita

Quantas vezes te deixei por outro amor

Acreditando que aquele era diferente

Que preencheria meu vazio

Tornaria meu mundo feliz


Aqui estou eu de volta

Pra seu abraço cheio de ternura

Que embora sempre pronto a me acolher

Me causa tanta dor é quase uma tortura


Quantas vezes outros olhos me convenceram

A viver um sonho tão desejado

Mas no fim o que fica

É apenas a lembrança de caminhar ao seu lado

Aaaa solidão

A única amiga de quem acredita nos sonhos de amor

O fim de toda estrada quando a ternura se vai

Quando só resta a dor, a indiferença

Solidão...

Só vc sabe de mim

Só vc conhece o meu coração

Se não é pra vc que sempre volto

Quando todos os outros, feriram meu coração.

Anonimato

Sem rosto, sem voz
apenas uma presença
Sem nome, sem destino
apenas uma vontade
Sem corpo, sem vulto
apenas existência
Sem chegar, sem sair
apenas estar
Sem nascer, sem morrer
apenas ser
Sem medo, sem dúvida
apenas querer
Sem dor, sem perder
apenas viver...

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Verdade

A quem serve a verdade?

Para que serve a verdade?

De quem é a verdade?

Para onde nos leva a verdade?

Aonde chegamos com a verdade?

Quantas são as verdades?

Verdade, verdade, verdade...

Muitas vezes só a olhamos quando não queremos ver

A ouvimos quando não queremos acreditar

Sentimos quando temos certeza que ela nos suscitará a dúvida

Explicamos quando não entendemos

Entendemos quando não há o que explicar

Verdade.

Ela não sabe de vc

Ela não liga pra vc

Verdade

Ela se basta.

Sem nó

Hoje soltei a corda
Que o mantinha atado a mim
Por tanto tempo ela esteve ali
Nos prendeu a tantas voltas
Que já nem lembravamos que não existiam nós
Hoje quando soltei a corda
A dor foi quase insuportável
meus braços, meu corpo, minha mente
E meu coração...
Doiam tanto, que de tanta dor já não sabia mais
Se vivia ou morria.
Era tanto peso
Que derrepente de tão leve
Senti que me perdia de mim
Sem saber ao certo se prostrado ao chão
Ou flutuando nas nuvens
Ainda que eu conseguisse traduzir todos os sentimentos
A vc eles não diriam nada
Porque os seus sentimentos
São seus e vc é outra pessoa não eu.
Ainda sinto as cordas
Acho que levará um grande tempo
Até que essa impressão se dissolva
No momento onde tudo parecia tudo
Mas era nada.