Agora só me resta a poesia
Para matar a saudade
Relembrar as alegrias
Me agarrar as carícias
O beijo doce o abraço apertado
Só me restam as linhas
Companheiras silenciosas
Dos momentos de aflição
Das noites de angustia
Dos sonhos que se desfazem na imensidão
No horizonte dos meus pensamentos
No infinito dos meus sentimentos
Só a poesia e o meu coração
Na poesia encontrar o som da sua voz
Mergulhar no seu abraço
E sufocar o grito preso na garganta
De um adeus que não virá
Uma lágrima furtiva, desce destemida pela face
As palavras não ditas, tornam-se música
E o querer infantil
Adormece displicente no inconsciente gentil.
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