sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Minto

Minto para mim, quando acredito que passou
Quando tento desesperadamente não pensar, o que penso sem parar
Minto no espelho quando encontro os meus olhos tentando me falar
Minto no silêncio e finjo que não ouço...
Minto sem medo, em imagens obsessivas
Procurando explicações racionais para seguir adiante, quando na verdade queria voltar
Voltar em algum momento onde perdi a trilha
Onde deixei meu coração
Em meio a desejos e sonhos
Com estranhos reflexos de um mundo novo e desconhecido
Algo em mim quer resgatar e insisti...
Mas a razão, mãe da dor me toma pela mão e me leva adiante
Me proíbe parar, chorar, voltar
Segue em frente, ela ordena
O passado desfaz-se em cinzas soltas ao vento
O futuro é névoa...
A você cabe apenas o presente, viva agora.
E de repente aqui, só e consciente
Do tudo que foi pouco, do muito que é nada.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Início e Fim

Uma parte de mim esquece e vive
Outra parte de mim cala e lembra
Uma parte de mim sente saudade
Outra parte de mim diz adeus
Uma parte de mim sonhou com você
Outra parte de mim soltou sua mão
Essa parte de mim que te quer
Não contou a outra que te deixa partir
São duas partes de mim
Vivendo momentos diferentes
Desejos conflitantes
Mas em nenhuma de minhas partes há dor ou medo
Restaram apenas recordações
Vozes fracas a murmurarem no passado, ainda presente
Apenas um burburinho confuso
Entre risos e sussurros
Nada que se perca para sempre
Nem que se resgate de imediato
São sombras tremeluzentes em meio a noite recém chegada
Nevoa que se dissipa devagar e que confunde enquanto permanece
Uma entidade singular
Uma emoção tão vivida, que tomou forma e se reconhece
Uma personificação do amor que surgiu numa tarde
Que durou uma estação...
E que finda pela presença intrusa.
Uma comunhão sem interesses comuns
Só o caminho adiante.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Quando escrevo

Quando escrevo sinto a maré cheia de palavras
Que se derramam desesperadas, tentando dizer o que sentem
Nas linhas se avolumam como ondas bravas
Espumando vorazmente o que não se cala
Resultado das tempestades que assolam o meu ser
Que deriva desgovernado na existência comum
Na poesia até a dor parece florida
A magoa, o medo são como pedras brancas na decoração do jardim
Tudo toma cor e se você prestar atenção sentirá que aroma tem
Quando escrevo... despejo palavras que me sufocam
Sejam de amor, alegria ou tristeza
Sejam de sofrimento ou regozijo
Apenas despejo nas linhas
O pouco que minha mente capta e decodifica
De um universo inteiro dentro do meu peito
Quando escrevo as vezes peço socorro
Outras vezes ofereço socorro
Quando escrevo algo maior dentro de mim está alerta e presente
Sinalizando para o mundo.

O tempo

O tempo...
Das horas, minutos, segundos
O tempo...
Da saudade
O tempo...
Da vontade
O tempo...
Da alegria
O tempo...
Da nostalgia
O tempo...
Que passa lento,
Que não passa
Que finda
Que não começa
Que interrompe
Que dá início
Que junta
Que separa
O tempo...
De quem não tem tempo
De quem tem tempo demais
De quem parou no tempo
O tempo
bom,
ruim,
frio, quente.
O tempo morno...
O tempo distinto
O tempo confuso
O tempo...
De ficar,
De passar,
De viajar,
De dormir
De acordar
O tempo de morrer,
De viver
Se apaixonar,
Casar,
Ficar...
Descobrir, querer mais.
O tempo.

Você em mim

Não há um único momento na minha vida sem você.
Nenhum sonho em que você não apareça
Nenhum desejo em que você não esteja
Não há melhor música se não for aquela que lembre nós dois
Nenhum sabor melhor que aquele que traga seu beijo de volta
Não há um só dia em que eu fique sem pensar
Nos risos, nas falas, no seu olhar
Nenhuma certeza maior do que este amor
Nem consciência mais centrada
Nem verdade mais absoluta
Nem liberdade mais desejada
Nem vontade mais infantil
Nem delírio mais esperado
Não há nada, situação nenhuma ou pessoa alguma
Que substitua, seja, permaneça...
Além de você

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Chocolate

O prazer que você me dá
Quando no beijo meu calor te derrete
E na língua teu sabor me enlouquece
No ar teu aroma inebriante, desperta meu desejo de mais...
Te procuro, te toco, te sinto
No sussurro, no gemido me delato
Hummmm que delícia!
Sua cor, sua textura, seu brilho...
Me entregar ao seu deleite,
Em barras, gotas, ou colheradas
Maciço ou recheado, liso ou cremoso
Amargo, adocicado, puro ou combinado
Simples ou enfeitado
Compondo ou solitário
Você chocolate um sedutor diário.

Voltar

Voltar...
De algum lugar, do silêncio, da pausa...
Voltar e despejar sem receio todas as emoções
Derramar lágrimas, abrir sorrisos, doar gestos
Talvez restos de algo mal terminado, ou iniciado
Deixar acontecer, renascer
Mergulhar no horizonte de mim mesma
Buscar memórias e viver
O hoje com plenitude, com desejo, com vontade
Ser inteira, um todo composto visível, invisível
Energia pura, pulsante, contagiante
Explosão...
Giro permanente, na roda do mundo
Voltar...

sábado, 9 de julho de 2011

Frio

Sinto nos ossos, na pele, no ar...
Frio cortante e fluído
Frio de dentro para fora de fora para dentro
Frio de ir embora, de chegar depressa
De buscar aconchego, cobertor, abraço, beijo...
De juntar as mãos, esconder-se
De querer carinho, acalento, fogo
Calor humano, do fogão, do aquecedor
Frio de querer
Que chegue o verão, o sol, o dia.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Esquecer e lembrar

Tenho tentado, insistido mesmo
Tenho me policiado, reprimido e proibido
Mas constato que quanto mais evito, mais vivo
Mais forte, mais sentido
Tenho me enganado fazendo parecer que não ligo
Que não quero, que não penso
Mais está presente, latente...
Esperando um sinal, um aceite
Apenas uma palavra
Talvez um gesto
Há momentos como o de agora
Onde saudade e vontade
Misturados e confusos
São sensações perdidas no tempo
Espaço entre acontecer e imaginar...

terça-feira, 10 de maio de 2011

Dias que não

Tem dias que não
Não tenho paciência
Me falta o riso
Me engasgo com facilidade e mordo a língua
Tem dias que não
Quero esganar um
Ficar em silêncio
Esquecer do tempo
Tem dias que não
Só penso em comer
Talvez tudo e nada
Tem dias que não
Não vou a lugar a algum, com ninguém
Não faço, não pego
não quero...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Apaixonada sempre

Não sei ao certo o que queria escrever, se uma declaração ou apenas um sentimento
São coisas confusas, restos de situações, momentos que passaram
São coleções de emoções, que trazem risos, lágrimas e suspiros...
São passos lentos na estrada batida por tantas caminhadas, idas e vindas
De um coração apaixonado, são lembranças, desejos e medos
São seus olhos e os seus beijos
É a delicia do seu abraço, um retrato pintado a mão pela vida
É um sonho do qual não quero acordar, um pedaço de céu, um pedaço de mar
É um querer ficar mais...
Um dia de frio difícil de levantar
Um edredom macio, conversas sem sentido apenas para estar
Um querer crescente, um adormecer sereno
Um entregar sem reservas
Assim meio sem querer querendo
Comecei a dizer uma coisa e já disse tantas outras
Assim como os gestos que dizem o contrário das palavras
Vou pintando letras nas linhas, uma após a outra
Colando sílabas, juntando...
Poesia



quarta-feira, 16 de março de 2011

Um dia de cada vez

Meu coração busca palavras, pra te fazer entender
O que só os meus olhos podem dizer
Os meus sentimentos, são como luzes no firmamento
Rastros de uma grande explosão
Não tente entender o verbo
Apenas permita acontecer
Sinta a energia que emana de mim
Que te busca ainda que distante, numa fração insignificante
Dar sentido e magnetude ao destino dos acontecimentos
Meu coração tenta diariamente, alimentar esta história
Com lembranças vivas guardadas na memória
Só você habita o meu sentido
Em cada riso meu, cada arfar do meu peito
Cada gesto de efeito, cada procura
Só você me tira o sono
Me tira o medo
E me contagia de coragem
Para viver um dia de cada vez

Seu lugar

Um mar de esmeraldas, coberto com prata
Eu quero me entregar a este olhar
Me envolva em teus braços, toca meus lábios com os teus
Me faz delirar, me perder em gemidos
E depois acordar em grandes suspiros
Me faz sorrir mesmo dormindo
Nos sonhos com os carinhos teus
Eu quero a leveza deste sentimento
A pureza deste desejo
Quero a lembrança de cada momento
Quero a ternura de ter você nos meus pensamentos
O meu corpo reclama a falta do teu
No meu coração um banco um vazio
Esperando que você volte pra ficar
Não vá meu amor, não deixe o tempo apagar
A doce magia que um dia nos fez encontrar
Volta amor, vem ocupar o seu espaço
Nenhum outro jamais poderá
Volta amor, vem ficar bem perto
Deste querer tão intenso
Deste viver com você