quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Instantes

Você bebeu todo amor em mim
Até a última gota de emoção
Não restou nada
Nem dor, nem lágrima
Agora quando olho no espelho
Não há imagem
Apenas o vidro que reflete o vazio
De uma mente
De uma impressão, que desperta um instante de vida
Você bebeu todo o prazer do meu corpo
até o último beijo, o derradeiro abraço
Apenas o corpo vazio, deitado sobre a cama
Sem gesto, sem presença
morto em vida
Você bebeu toda luz do meu espírito
apagou as candeias dos meus olhos
nenhuma chama, pequena que seja
nenhuma fagulha, que me aqueça
Você bebeu todos os meus sonhos
aqueles que te contei, e os que tinha em segredo
levou-os de mim
quando partiu, não se despediu
sumiu.


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