terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A dor é de quem?

Meus olhos acusam lágrimas não derramadas
Meu coração uma dor camuflada
Minha alma um pesar...
Minha mente está perdida em devaneios
Meu espírito tenta acalmar a tempestade, que de repente me invade
Um misto de amor e raiva
De desprezo e dúvida
De ímpeto e espera
A tristeza é transparente
O ser humano se perde
No âmago da reflexão
Solto no vácuo de temores ancestrais
Crise dos 40, do tempo que passa sem aviso
De oportunidades desprezadas
De gestos pouco valorizados
De viver amores condicionados
Raiva de não poder ser apenas
Sem máscara, sem títulos, sem posses
Apenas ser.
Difícil arte de viver em sociedade
Sem magoar, faltar ou comprometer
A felicidade alheia, a esperança e o sonho de quem não nos vê.
Isto é um misto de dor e medo
Um que de desolação
Uma estrada esburacada que vai nos levar para longe do nosso destino
Um vazio cheio de motivos
Um motivo sem razão
Tantas palavras mesquinhas em meio a emoções explosivas
Quinquilharias num porão abandonado...
Num coração roubado
Num infinito mundo, com fim.

Um comentário:

  1. "é tão difícil decidir, fazer, trabalhar,
    (...)sofrer dos outros o jugo nem sempre justo
    de tudo o que em boa fé fazendo se volta invariavelmente contra nós; é tão difícil viver sem um manual na mão,às cegas na corda bamba sempre com o medo de falhar;
    é tão difícil saber o que é de saber,
    quem somos, p'ra onde vamos, o que queremos fazer,acordar sem saber porquê,dormir sem saber quando,ter de trabalhar naquilo que não gostamos;é tão difícil mentir só para agradar,
    baixar a cabeça, agradecer,agradecer sempre, morrer, pouco a pouco numa overdose de submissão" Como eu compreendo estas palavras, todas as duvidas e incertezas, a adaptação enquanto ser social, o medo da rejeição... Era tão bom poder largar as máscaras e apenas sermos.

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