segunda-feira, 17 de março de 2008

Sociedade

Minha vida escorre pela janela do mundo
E meu coração num ritmo combinado
Jorra sangue no corpo alimentado
Meu pensamento olha pasmo
O trabalhar incessante da minha mente
Que pensa que ela é gente
E o dia chega depois de cada noite
E o tempo passa mesmo que eu nada faça
E as vezes sinto e muitas vezes mergulho
No nada, no vazio, no escuro
Não sei se procuro ou sou procurada
Se desperto ou sou acordada
Se descubro ou sou descoberta
Apenas mergulho
Agora na luz, no turbilhão, no tudo
E pergunto:
Para onde?
Porque?
Até quando?
O dia-a-dia, a rotina, a morte em vida
A mecânica, a regra, a sociedade
E me apago, me esqueço, desisto
O que é isso?
Quadrado, parado, sem vida
Triste, solitário e perdido
A vida sem sentido
Sem colorido
Sem amigo
O mundo
Tão cheio
Tão feio
Tão pobre
Qual é o meu papel?
Aonde eu risco
Sou desenho ou palavra?
De lápis ou caneta?
Página virada.

Milene Gonçalves.

Nenhum comentário:

Postar um comentário